terça-feira, 23 de agosto de 2011

A dor existe.


E a dor volta a querer passar.
O estômago parece virar do avesso e morder as paredes do meu corpo.  
Sinto os músculos inflamados.
Calafrios persistentes. Abstinência.
Me encolho em posição fetal. Junto as mãos, rezo.
Rezo para que algo aconteça.
Para que me salvem.
Para que a dor não morra, mas que seja substituída por outra. 
Que os calafrios sejam outros.
Que não haja tempo para abstinência
Que não haja espaço para mais um verso.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Dos ausentes e dos contentes.

São essas falas apáticas
Os espelhos, os arranjos de flores plásticas
Essa extrema noção de espaço
Contando a distância milenar, longe dos teus braços.

Uma intravenosa de soro cáustico
Desfilam nos pescoços, suásticas de agouro
Do retalho do pano
Do nosso amor, a lástima.

Compassos genéricos
Méritos que já passei adiante
Ao longe dos que sentem
do máximo, o pouco
Sobra o oco dos contentes
E a saudade daqueles que não foram.